terça-feira, 3 de abril de 2012

satsang


 
 
aquilo a que tu chamas minha vida
punhado de lembranças que se esvai
enredos, o teu nome, nuvens, tranças
farrapos de uma estória que te trai

personagens e datas que relembras
fracassos ou quem sabe a tua glória
inexistente herança de teus pais
somente o teu passado, tua memória


aquilo que tu temes ou que anelas
onde projetas o que vais viver
esperança, nau sem rumo onde viajas
te lanças e contemplas sem saber 

esse porto que nunca se aproxima
é volátil fumaça de destino
delírio, tolo sonho, pesadelo
é o futuro, tua miséria e desatino


aquilo que te mata é paz e lume,
o mar que faz em ti enorme espaço
 que aninha luz e sombra, a dor e o riso
que o bem e o mal comporta em seu regaço

que te mostra igual a todos por banal
 transborda e desconhece pela graça
o medo de não ser, é confiança
pois tudo ele percebe quando passa

esse instante tão fresco, que tão novo
não pudeste conhecer e não  sonhaste
onde a forma se curva e beija os pés

é silêncio e prontidão, é chão e vôo
é força de amor e liberdade
é o presente, meu amigo, é quem tu és

thirak sarita

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