I
conta agora o que diz teu pensamento
mentindo sobre a tua desventura
pois conta que te escuto a fala impura
turvada à escuridão do sofrimento
foste infiel ou falta-te a ternura?
com o desejo deitastes, teu tormento
é vê-lo já desfeito, sem sustento?
temes da morte a foice afiada e dura?
declara, pois conheço o amargo travo
e no rio do amor a dor eu lavo
no mar há-de perder-se retirante
nenhum dos sofrimentos desse mundo
não há que se desfaça num segundo
se exposto à maravilha desse instante
II
passou! é tão fugaz o erro e a luta
como é fugaz a dor que te atormenta
olha a flor onde a natureza assenta
quanta coisa há que ocorre sem labuta
não és quem pensas, nem o que lamenta
no horror que te constrange e que te insulta
pura essência divina é tua conduta
que por não conheceres se te ausenta
não és o corpo morto, envelhecido
não és o ser por outros esquecido
és mais, és muito mais, és luz da vida
qualquer que seja a culpa que te cale
qualquer que seja a dor que te avassale
não vale uma só lágrima vertida
thirak sarita
Uau!!!
ResponderExcluirBelíssimo!!!
Forte!!!
Parabéns, querida Thirak!!!
Um poema clássico, profundo, revelando grande emoção!!
ResponderExcluirBjos